Mesmo após desafetação município não pode concluir pista de skate

Não é de hoje que a remodelação da Praça da Abadia - localizada no centro da cidade, vem causando polêmica na Câmara e no meio político em geral. No mandado passado o então vereador Cláudio Rodrigues Borges (Batatinha) ingressou na justiça com uma ação civil pública que pedia a paralisação das obras no local. Já havia sido construída uma pista de manobras radicais para os praticantes dos skate. Pouco depois, com o intuito de melhorar o visual da praça a prefeitura determinou que os proprietários de lanches e comércio que já atuavam há anos na praça fizessem quiosques padronizados de alvenaria– as atuais intalações comerciais. Também iniciou a construção de uma pista de manobras para os “bikers”.

Entendendo que realmente a prefeitura não podia dar continuidade às obras, a justiça proferiu liminar para que fossem paralisados os trabalho. Para Batatinha, a praça estava sendo totalmente descaracterizada, e partes privatizadas com a instalação dos pontos comerciais.

Para tentar solucionar o problema, o executivo criou uma lei para a desafetação da praça. Ou seja, iria separar a parte em que havia começado a construir a pista de bike, do restante da praça. Sendo assim, teoricamente poderia continuar a obra com a pista. O projeto de lei foi enviado à Câmara e após aprovado retornou ao município. Na época a prefeita Maria Cecília March Borges (Ciça) concedeu entrevista e disse que iria retomar as obras assim que houvesse verbas disponíveis. Na imprensa ela chegou a anunciar o início dos trabalhos para a conclusão da pista.

Parece que nem tudo saiu como planejado. Até hoje não há no local ninguém trabalhando na referida pista. Os quiosques, mesmo os que ainda não estavam concluídos foram terminados, mesmo após a decisão do juiz. A pista permanece para concluir. Acontece que no entendimento do Ministério Público a manobra de desafetação da praça não dá o direito de que a prefeitura continue qualquer obra que tenha sido embargada por decisão judicial, seja ela da pista ou dos quiosques. Como pena a multa ultrapassaria o valor de R$1.000 por dia. Sendo assim, a pista continua sem concluir até que haja uma decisão definitiva sobre o processo.

A assessoria jurídica do município informou que não irá dar continuídade as obras sem que a sentença seja publicada pelo juiz.

Talvez muitos tenham entendido errado. Os skatistas estiveram na Câmara de Frutal por diversas vezes solicitando o apoio dos vereadores para que o projeto da desafetação fosse aprovado. Eles não só acreditavam, como pessoas da administração haviam informado aos esportistas que seria esta a solução para o impasse que mantinha paralisado o trabalho de construção da tão sonhada pista.