Itapagipe: Em crise, Copapi não paga produtores de leite neste dia 15

Cassiano Ricardo/www.inoticia.com.br A COPAPI (Cooperativa Agropecuária de Itapagipe) não honrou hoje o pagamento do leite a seus 928 forn...

Cassiano Ricardo/www.inoticia.com.br

A COPAPI (Cooperativa Agropecuária de Itapagipe) não honrou hoje o pagamento do leite a seus 928 fornecedores cooperados. Os produtores que vieram à cidade neste dia 15 receberam apenas a nota fiscal com o valor de seu crédito.

“Não pagaram não, pagar pra que? O povo não precisa de dinheiro”, ironizou um cooperado assim que pegou sua nota fiscal.

Apesar disso, pelo menos no início da manhã, o clima não era de revolta. Apenas de tristeza. Nosso editor esteve na porta do escritório da Copapi e conversou com alguns cooperados. A maioria já está negociando a venda de seu leite para outros laticínios.

Hoje, segundo afirmaram, ninguém mais entregou leite para a Copapi. “É o fim”, disse um ex-funcionário, que trabalhou na cooperativa por sete anos.

Nenhum diretor estava no escritório nesta manhã.

Funcionários

Funcionários da empresa também estão apreensivos. "Nossa vida pode ser contada por títulos de filmes", disse um deles. "Até agora nosso filme era 'Apertem os cintos, o piloto sumiu', agora estamos 'A espera de um milagre'". O pagamento dos funcionários da Copapi vence no próximo dia 5.

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4 comentários

Caio Márcio Gonçalves disse...

Alguns autores citam a coordenação como fator determinante da competitividade e da perenidade das cadeia produtiva.

Não cabem aqui comentários sobre causas da crise e, sim, reflexões sobre as conseqüências. Na atual conjuntura, é mais importante entender os fins que os meios.

Neste sentido emergem algumas questões:

- O que é coordenação? Quais são os reflexos da exaustão do sistema cooperativista? Que tipo de danos a (des)coordenação desta cadeia provoca?

- Onde estão os atores ou melhor, qual é o envolvimento de cada elo da cadeia do leite regional?

Outros autores, não tão neoliberais, postulam sobre a intervenção do Estado em situações de crise. Cadê o Estado? Qual é o papel desta Instituição?

Vale ressaltar que a falácia dos investimentos exógenos é tão hilária quanto a falência do desenvolvimento endógeno regional.

Será mesmo o fim? O entreguismo e a passividade (também conhecida como falta de mobilização) se rendem ao mórbido marketing político.

É o registro de um sonho de desenvolvimento regional. Cadê o Estado(em suas várias dimensões)? Cadê o representante do povo (em suas diferentes esferas/ municipal/estadual/federal)?
Cadê o cidadão?

Fica aqui um alerta: a descoordenação da cadeia -com o esgotamento do modelo cooperativista na região - pode levar a uma CARTELIZAÇÃO do setor. Em passado recente, os compradores se juntavam para pactuar preços, normalmente aviltantes aos olhos e aos bolsos dos produtores.

Concentração é diferente de coordenação ... Fiquem atentos. O Ministério da prudência avisa: fechar ou permitir o fechamento de uma Instituição-referência faz mal à sociedade, ao bem-estar regional ...

Prezados, nesta hora, tomemos de empréstimos as idéias de Keynes,que reergueram a economia em 1929 e de Friedman que garantiram o desenvolvimento americano até a década 60.

Portanto, seja através do protecionismo ou do livre mercado, devemos ainda tentar a cooperação para não sucumbirmos ou rendermos às fortes relações de poder da indústria, do capital externo.

Finalmente, sugiro entender melhor os mecanismos da governança corporativa. Mas, isto é assunto para uma próxima conversa(visto que já entramos nas causas da crise).

Caio Márcio Gonçalves disse...

Sobre o comentário do funcionário: parece bem humorado, mas descolado da realidade.
Uma organização é composta por acionistas (aqui chamados de cooperados), de colaboradores, de demais stakeholders (palavra bonita que siginica os demais atores de um processo produtivo). Não cabem aqui generalizações, mas este tipo de "colaborador" - de perfil trágico-cômico - parece não enxergar além do seu próprio umbigo. Penso que a preocupação de colaboradores com este perfil não vão além da garantia do seu próprio ego e super ego. Chega de piadas...O humor negro é para pessoas de requinte e gosto duvidosos! Ele não deveria pensar desta forma, uma vez que a organização - objeto da piada - lhe acolheu por sete anos.

Anônimo disse...

Prezado Caio, sou servidor efetivo do Governo. Acho as sua colocações muito pertinentes. Penso que a COPAPI deveria ser administrada com mais competencia. Não culpo esta ou aquela diretoria, mas existe uma politica interna que é motivada pela vaidade, inveja e outros adjetivos que prejudicou a cooperativa ao longo dos anos. Vejo que o nosso País possui uma das piores Educação do Mundo. Estamos no minimo a 30 anos no futuro paralisados do ponto de vista intelectual. A nossa escola não investe no desenvolvimento do raciocinio, fica repetindo o que os outros pesquisaram. Isso é um Crime contra a sociedade, no meu ponto de vista. Da mesma forma falta capacitação intelectual para os diretores que por lá passaram, uns dizem que eram Doutores mas acho que é só no papel. Desculpe, também tenho a minha formação e acho que a escola não ensina as pessoas a PENSAR !!!

Caio Márcio Gonçalves disse...

Prezado Anônimo,
A discussão é boa e sua identificação facilitaria o diálogo. Mas, ...
Carrego comigo uma certeza: a educação é o meio/instrumento da mudança. A escola não é o único espaço de aprendizagem.
O atual modelo educacional brasileiro tem suas falhas. A reprodução exclusiva de conteúdo é temerosa, é preciso saber interpretar, fazer síntese etc. Existem alguns métodos que podem ajudar e que poucas instituições de ensino utilizam: levar o discente a trabalhar situações-problemas, estudo de caso, etc.

Gostaria de dizer ainda que a escola não é o único ambiente de aprendizagem. As empresas, o cotidiano também se constituem em "locus" de desenvolvimento de competências. Tanto é que, nos últimos tempos, surgiram a educação corporativa (universidade-empresa), o e-learning, entre outras tendências.

Todavia, a empresa quando eleita como espaço de aprendizagem deve usar métodos e técnicas. Caso contrário corre-se o risco de tomá-la como um laboratório e o risco para ela pode ser imensurável. A competitividade contemporânea não perdoa ineficiências.

Portanto, penso que a educação (aprender e ensinar) serve para reduzir riscos na tomada de decisão, para diminuir as diferenças, tornando a sociedade mais justa.

Aprender com outros (seja através de consulta aos livros, fazendo benchmarking ou de qualquer outra forma) também é uma forma de aprendizagem.

Aprender fazendo é igualmente interessante como recurso de aprendizagem. O aprendiz deve "experienciar", experimentar, vivenciar a realidade, tornando o aprendizado mais profícuo.

Finalmente, saliento que estudo e continuarei estudando, seja na escola, com o auto-aprendizado, com meus companheiros, escrevendo artigos, apresentando painéis e seminários, defendendo minhas idéias ou simplesmente debatendo assuntos como este.

Reitero que minhas competências estão em contínuo desenvolvimento e confesso que sempre busquei fazer o melhor para a minha região, especialmente para Itapagipe e a Copapi.

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