Menino morre após passar mal em treino de futebol

O estudante Isac Luelly Tibúrcio Freitas, 11 anos, foi enterrado ontem de manhã no cemitério de Fronteira (MG). Ele sofreu uma parada respi...

FOTO O estudante Isac Luelly Tibúrcio Freitas, 11 anos, foi enterrado ontem de manhã no cemitério de Fronteira (MG). Ele sofreu uma parada respiratória durante um treino de futebol terça-feira à tarde e, 13 horas depois, morreu vítima de um infarto. O garoto possuía uma anomalia no coração, desconhecida pela família e pela Unidade de Saúde de Fronteira.

Foto: Maria Ester Bueno de Freitas, 44 anos, irmã e responsável por Isac, diz que o menino era saudável e se diz surpresa com o que ocorreu

Isac participava de uma escolinha de futebol mantida pela prefeitura da cidade há três anos. Ele nunca havia apresentado sinal de insuficiência cardíaca, segundo a irmã, Maria Ester de Freitas Bueno, 44 anos, que cuidava do garoto. “Ele corria bastante quando brincava com os sobrinhos. Nunca reclamou de nada”, diz.
Colegas afirmam que na terça-feira Isac chegou à Associação Atlética e Esportiva de Fronteira por volta das 13h, duas horas e meia antes do início do treinamento. Enquanto aguardava a chegada do professor, ele teria jogado futsal com outros meninos em uma quadra do local.


Depois de 20 minutos de treino, Isac pediu ao professor para tomar água. Ele desmaiou ao lado do campo. Uma ambulância foi chamada e levou o menor para a Unidade de Saúde. “Ele chegou com as extremidades frias e sofrendo uma parada respiratória”, conta a enfermeira Kátia Alessandra Rocha Nascimento, que participou do atendimento. “Iniciamos as manobras para reanimá-lo e ele reagiu, mas não respondia a todos os estímulos.”


A equipe médica, então, decidiu pela transferência para o Hospital de Base (HB). Em Rio Preto, foi diagnosticado que o menino sofria de um edema agudo no pulmão devido a uma insuficiência cardiorrespiratória. Ele passou por um cateterismo, mas não resistiu e morreu às 4h da madrugada de anteontem.

Fatalidade

Para o diretor de esportes da Prefeitura de Fronteira, José Urias Ribeiro, Isac morreu por uma “fatalidade”. “Trabalho com esporte há 20 anos e nunca soube de uma situação parecida”, diz. “Os meninos às vezes quebram um braço, um pé, mas isso não tem como prever.” O diretor admite que a prefeitura não realiza exames preventivos nos alunos da escolinha. A família da vítima ainda não sabe se processará a Prefeitura. “Ainda estamos perdidos, não sabemos o que fazer. Vamos esperar todos os laudos”, afirma o pedreiro Aparecido da Silva Bueno, 51, cunhado do garoto.

Ele era educado, tímido e incansável

Isac era uma criança educada, que obedecia todos os pedidos de sua irmã mais velha, Maria Ester, por quem era criado. “Ele sempre me respeitou como se fosse a mãe dele. Era um menino bom, que não se envolvia em brigas e gostava de ficar em casa, assistindo tevê e jogando videogame”, diz. A secretária do clube onde o garoto sofreu a parada respiratória, Maria Cícera de Lima, afirma que Isac respeitava as regras do local e era tão tímido que passava com a cabeça abaixada diante das pessoas mais velhas. “Nunca precisei chamar a atenção dele. Tinha uma boa educação, não mexia com ninguém. Ainda não dá para entender como foi que isso aconteceu.”
Dentro de campo o menino era conhecido pelo ótimo preparo físico. “Ele era sempre o que mais corria. Ele corria o campo todo e não cansava”, lembra o amigo Luiz Fernando Inez Filho, 9 anos. Isac jogava como lateral direito e tinha o sonho de se tornar jogador de futebol.

Exame médico é necessário

Assim como adultos e idosos, crianças também precisam passar por avaliação médica antes de iniciarem qualquer atividade física. “Somente alguns exames podem garantir se a criança pode ou não praticar determinado esporte”, diz o cardiologista José Carlos Brambatti, do Instituto do Coração de Rio Preto. Apesar disso, um caso de infarto como o de Isac é raríssimo, segundo o especialista. “Quando o jovem é usuário de droga, a chance fica maior. Mas em relação a uma criança saudável como essa, só tinha ouvido falar de um ou outro caso até então.”,
O diretor de esportes da Prefeitura de Fronteira, José Urias Ribeiro, disse que se reunirá com o prefeito Sérgio Paulo Campos para discutir a possibilidade de avaliar todas os alunos de projetos esportivos. “Não queremos que isso aconteça novamente. Mas ainda não sei o que podemos fazer. São muitas crianças.”

 

Publicado em 26/03/2010

Bruno Xavier – Diário da Região


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