Criança morre após engolir parafuso

População de Campo Florido (MG), 65 km de Uberaba, está assustada com a morte do pequeno Eduardo Ferreira Silva, de apenas um ano e oito mes...

População de Campo Florido (MG), 65 km de Uberaba, está assustada com a morte do pequeno Eduardo Ferreira Silva, de apenas um ano e oito meses. Familiares não admitem que um simples parafuso tenha sido a possível causa da morte. O caso vem gerando comoção, perplexidade e indignação. Uma ocorrência policial foi registrada e familiares do garoto prometem recorrer ao Ministério Público. A reportagem do JORNAL DE UBERABA conversou e viu de perto o drama da família, que ainda busca informações para entender o que realmente levou ao óbito uma criança que transbordava saúde.

Conforme a mãe do pequeno Eduardo Ferreira Silva, a dona-de-casa Geisiane Faria Ferreira, 21 anos, estava em residência, na rua 1, nº 813, bairro Azaleia II, Campo Florido, na tarde de quarta-feira (18), quando por volta das 16h seu filho começou a passar mal. “Parecia que estava engasgado com alguma coisa”, disse Geisiane. Imediatamente gritou por socorro. Um vizinho ouviu e de imediato colocou mãe e filho em seu carro e se dirigiram para um posto médico naquela cidade. O profissional de saúde que estava de plantão, a princípio, não vislumbrou nada de errado com a criança. Entretanto, Eduardo falava com dificuldade e babava muito. O desespero daquela jovem mãe convenceu e sensibilizou o prefeito daquela cidade, que de imediato determinou que um carro da prefeitura os transportasse até Uberaba.

De posse do cartão de plano de saúde particular, passaram a percorrer hospitais em busca de socorro médico. Mas apenas o Hospital da Criança tinha profissional habilitado para atender o pequeno Eduardo. “No Hospital da Criança fui bem atendida. O médico pediatra João de Almeida foi atencioso e rapidamente mandou que tirassem uma radiografia do pescoço do meu filho. Quando veio a chapa é que fiquei sabendo que meu nenê estava com um parafuso preso na garganta. O doutor João passou a procurar um médico especialista para internar e operar meu filho. Eu ouvi quando conversou com o médico Marcelo Fatureto, o qual disse que faria a intervenção cirúrgica na manhã do dia seguinte. Foi então que fomos encaminhados para a Clínica Civil. Por volta das 20h, meu filho foi internado. Na manhã do dia seguinte, quinta-feira (19), às 8h20, Eduardo foi para a sala de cirurgia. Estava feliz. Brincou e riu muito. Nem parecia que estava com um parafuso preso à traqueia, como disse o médico. Por volta das 9h10, o doutor Marcelo saiu da sala de cirurgia e disse que havia acontecido uma complicação e teve que fazer uma traqueostomia, devido a uma parada cardiorrespiratória. Entregou-me o parafuso e também afirmou que Eduardo apresentou problemas no pulmão. Ele ainda ficou internado até a madrugada de sábado (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Eduardo morreu às 3h, depois de sofrer duas paradas cardiorrespiratórias. Acredito que se tivessem operado meu filho na noite de quarta-feira ele estaria vivo. Não dá para entender, ele entrou rindo, brincando e saiu morto”, conclui, aos prantos, Geisiane. A reportagem também conversou com o médico Marcelo Cunha Fatureto, especialista em cirurgia torácica. Segundo ele, não operou o pequeno Eduardo Ferreira Silva na noite de quarta-feira (18) por não vislumbrar urgência. Conforme disse, orientou a mãe da criança e frisou o risco durante a cirurgia, pois se tratava de uma intervenção cirúrgica em local (parte alta da traqueia) extremamente sensível, ainda mais quando o paciente é uma criança. A opção pela manhã seguinte se deu também por poder contar com uma equipe bem maior para o suporte.

O cirurgião relata que, no momento em que a criança teve complicações, outros médicos se juntaram e se solidarizaram com o problema. “A mãe foi orientada do risco. A criança teve toda a atenção médica e hospitalar. Eu gostaria de entregar o garoto vivo e bem, mas infelizmente não foi possível. O que lamento profundamente. Mas tudo que podia ser feito, acredite: foi feito”, concluiu o cirurgião.
Fonte: Jornal de Uberaba

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